Startup dá treinamento e ajuda mães a se recolocarem no mercado de trabalho

A plataforma Mommy Tech – criada por Renata Lino – atua na recolocação de mães no mercado de trabalho. Na prática, cruza as informações de oportunidades de emprego, com hard e soft skills desejadas pelos contratantes, e aproxima os dois públicos.

Para as empresas, atua como uma importante aliada da inclusão de mulheres. Em conversa com a empreendedora, ela conta que a motivação de criar o negócio foi a constatação do impacto da maternidade na carreira.

De acordo com uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas, no Brasil, 50% das mulheres são desligadas até dois anos após a licença-maternidade.

“Essa estatística é devastadora e reflete muitos dos relatos que recebo em encontros com profissionais-mães e da minha própria experiência pós-maternidade. Além de terem menor preferência em relação aos homens para vagas de emprego – simplesmente pela possibilidade futura da licença-maternidade –, é comum que elas percam oportunidades de promoção e passem por situações constrangedoras perante os pares masculinos em ocasiões nas quais precisem estar mais presentes na vida dos filhos”, conta Renata, acrescentando que desde a criação do negócio, em 2021, a plataforma já incluiu mais de 600 mães no mercado de trabalho.

Hoje, a startup possui mais de 1.900 currículos na base de dados e conta com uma comunidade de mães e gestantes – engajadas no acolhimento, na capacitação e recolocação no mercado de trabalho – composta por 3.400 mulheres no LinkedIn e mais de 10 mil no Instagram.

Programadora e profissional de Marketing, Renata vivenciou esse preconceito nas duas ocasiões em que engravidou. Na primeira gestação, perdeu uma promoção e foi desligada após a licença-maternidade.

Na segunda, perdeu o cargo de gestora, sendo realocada como especialista, ou seja, não pôde mais gerir nenhuma equipe. Essas experiências fizeram com que Renata pensasse em empreender para solucionar um problema que conhecia de perto.

A Mommy Tech opera como um banco de talentos para mães e oferece mentoria para que essas profissionais aperfeiçoem o currículo e o LinkedIn. Além disso, oferece cursos de programação e conduz intermediação com empresas que buscam a interseccionalidade para compor programas de diversidade corporativa.

É importante ressaltar que as profissionais não pagam para entrar na plataforma nem pela mentoria; o modelo de remuneração da startup social tem origem nas empresas contratantes, que podem se tornar assinantes para receberem os currículos e o apoio para incluírem talentos – que são mães – nos postos de trabalho.

Fonte: Blog do Empreendedor – ESTADÃO

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