Após o furto ou roubo de aparelhos celulares, vem sendo cada vez mais comum a ocorrência de golpes bancários capazes de limpar a conta das vítimas antes que elas consigam realizar o bloqueio do cartão ou do próprio celular. Procon-SP e a própria Federação Brasileira de Bancos (Febraban) vêm alertado para a ação de quadrilhas especializadas nesse tipo de ação.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) só em 2020 o estado de São Paulo registrou mais de 300 mil roubos ou furtos de celulares, o que significa uma média de 825 ocorrências do tipo por dia. Em junho deste ano, foram 1.245 registros: média de uma ocorrência a cada 36 minutos.
É corriqueiro que os bandidos subtraiam os aparelhos das vítimas durante o uso, como em uma ligação ou checada no WhatsApp, pois o celular está desbloqueado. Portanto, manter o celular no bolso é o mais prudente. No entanto, há ações violentas até mesmo para quem está dentro do carro.
Recentemente, um vereador de São Paulo foi furtado no congestionamento, após sair da Câmara dos Vereadores e checar o aplicativo de trânsito Waze. Em menos de duas horas, os criminosos desviaram R$67 mil de duas contas bancárias. Como? Transferindo o valor de duas contas do Itaú para outra conta do próprio parlamentar do banco Original. Foi então criada uma chave PIX no aplicativo, de onde repassaram o dinheiro para cinco contas bancárias. Outras contas, dos bancos Santander e Banco do Brasil, também sofreram tentativa de invasão, mas sem sucesso.
Ao portal G1, o vereador Marlon Luz (Patriotas), declarou não confiar mais na segurança digital das instituições financeiras. “Eu nunca mais terei aplicativo de banco no celular. Não é seguro. É difícil, mas é a única coisa, não conseguem nos garantir segurança.”
Em um mundo ideal, todos teríamos dois aparelhos e um deles permaneceria em casa para proteger os apps bancários, mas é possível se precaver com atutudes simples e um pouco de paciência.
É importante que se saiba que, mesmo sem as senhas salvas, aquele que tiver o celular em mãos terá o necessário para redefinir todas elas através de SMS, WhatsApp, e-mail e dados salvos diretamente no aparelho.
Um passo fundamental para garantir que tenha tempo hábil para bloquear todos os acessos do seu aparelho é salvar uma quantidade considerável de números; isso evitará muita dor de cabeça para reaver o valor de uma possível transferência criminosa. São eles:
- o telefone das suas instituições financeiras (para bloqueio da conta)
- login e senha do Internet banking (para bloqueio remoto do acesso no aplicativo)
- dados dos cartões bancários (para agilizar o processo de bloqueio)
- o número da sua operadora de telefonia celular (para cancelar a linha telefônica e o chip)
- o MEI do seu aparelho (para bloqueio do aparelho em si)
Outro ponto importante é que as providências referentes ao e-mail, WhatsApp e aplicativos bancários devem vir antes das referentes à linha. Isso porque com a linha cancelada fica mais difícil tomar providências quanto às informações contidas no aparelho.
Feito todo o bloqueio, é primordial que seja realizada a troca de todas as senhas e o registro de um boletim de ocorrência pela internet. Mas ainda haverá o risco de que empréstimos e abertura de contas sejam realizadas nesse ínterim, portanto, acessar a ferramenta Registrato do Banco Central pode auxiliar no controle desse tipo de ação.
Fonte: HSM Management.